10 de out. de 2011

A Garota da Ponte



Estou parada nessa ponte, vendo o sol nascer. Ir pra casa já não é uma opção. Tenho cigarros, e ainda resta um pouco de vodka, mas, não são os cigarros que eu quero, por um tempo, achei que eles me trariam o que desejo.
E o que eu desejo? Não sei, talvez liberdade, ao apenas conseguir viver tranquilamente. O barulho da correnteza lá em baixo é tentador, mas, eu espero, espero, espero, como sempre fiz.
Não tem ninguém na rua, e mesmo que houvesse, não haveria ninguém. Isso é loucura, você diz. Mas não é, isso, é a vida de uma pessoa sem amigos sem ninguém.
Não estou fazendo-me de vítima, a culpa é toda minha, eu que me escondi, e sempre preferi livros à vida. Sempre preferi o silêncio às festas barulhentas. Sempre preferi a mim que aos outros, sou egoísta, e esperar, também não é mais uma opção.
Queda. Vôo. Agonia. Silêncio. Paz. Escuridão. FIM.

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