26 de ago. de 2011

A Prisioneira

Estava presa em uma cela escura e úmida, úmida, porém, quente. Talvez nem estivesse quente, ma a agonia em que estava mergulhada, me trazia calor e náuseas.
No dia do julgamento, tiraram minhas algemas; minha face era lívida, enquanto minha mente estava irrequieta. Deixei, em silêncio, que me injuriassem, apesar de ter ensaiado belos discursos e argumentos, mas, não tive coragem suficiente para exprimi-los. Não sei se foi, realmente, a coragem que me faltou, ou a força de vontade.
O julgamento parecia durar uma eternidade, e meu silêncio e torpor, facilitava o trabalho do júri. Era como se eu pudesse adivinhar o que eles cochichavam: “Deixem-na presa, ela não tem nada a fazer lá fora!”
E, foi o que fizeram, deixaram-me cativa, em uma cela escura e úmida... E quente.

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