25 de set. de 2010

A Voz do Tempo

Como nos sete anos anteriores, todos os dias ele acordava às cinco da manhã, tomava seu café preto, fumava um cigarro, e ia à seu jardim, era seu hábito diário. Mas, nesse dia, algo diferente aconteceu, o homem bebeu, fumou, cuidou do jardim, e então deitou em sua rede, estava calmo, apenas pensando, na vida, no que poderia ter feito dela, arrependido por não ter feito. Havia escutado uma voz ao longe, deveria ser da rua, então voltou a descansar.  A voz insistia, agora chamando seu nome, e mais de perto, o angustiado homem, levantou, e foi até uma portinha de madeira, lá no fundo do jardim, não havia ninguém, e mesmo assim, continuava ouvindo uma voz branda chamando seu nome. Então, resolveu seguir o som, este certamente vinha de algum lugar, então pegou um casaco, e saiu pela rua, a voz já havia tomado conta de sua cabeça, caminhou, correu, parou e continuou, até que não sabia mais onde estava, logo se viu em um penhasco, de onde podia ver belos campos verdes, e lá no final da montanha, avistou uma mulher sentada perto de uma árvore vermelha, o homem se aproximou devagar, e a reconheceu, pelos lindos e longos cabelos escuros, era alguém que conhecera a anos, porém havia deixado para traz, em troca de uma vida perfeita, a qual não aproveitava mais. O homem a chamou pelo nome, e apenas disse:
-Me desculpe...

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